O mito da bolha passiva: por que os ETFs não estão inflando o mercado — e o que isso significa

Corretora Açoriana

Apr 2025

Investimentos

Introdução: O que é a bolha passiva e por que ela preocupa o mercado

Nos últimos anos, o crescimento acelerado dos ETFs acendeu um alerta em parte do mercado: estariam esses fundos criando uma “bolha passiva”? A tese é que eles inflariam artificialmente os preços das ações, elevando o risco de um colapso sincronizado.

Mas, segundo um estudo da Bloomberg Intelligence, que analisou US$ 13 trilhões em ativos indexados, essa preocupação pode estar mal direcionada. O levantamento mostra que ações com maior participação passiva não ficaram mais caras nem mais voláteis que outras.

Se você investe em moedas fortes — como dólar, euro ou libra — entender esse cenário ajuda a tomar decisões mais inteligentes ao usar ETFs para diversificar globalmente.

1. O que é a “bolha passiva” — e por que ela virou manchete

A teoria da bolha passiva ganhou força com a crítica de que os ETFs replicam índices comprando ações "sem critério de preço", o que inflaria valuations e aumentaria o risco sistêmico.

Grandes gestores como Michael Burry e Bill Ackman deram voz a esse argumento, chamando o fenômeno de “investimento cego”. Mas os dados a seguir colocam isso em xeque.

Conclusão: Se houvesse de fato uma bolha passiva, veríamos ações mais expostas a ETFs sendo sistematicamente mais caras ou voláteis — o que os dados não mostram.

2. O que os dados mostram sobre ETFs e bolha passiva

2.1 Performance dos quintis de participação passiva

Quando as ações do S&P 500 são divididas em quintis com base na participação de fundos passivos, o grupo com menor exposição a ETFs teve o melhor desempenho em janelas de 1, 3 e 5 anos. Já o quintil com maior presença passiva ficou na lanterna.

2.2 Caso Nvidia: quando o ativo vence o passivo

A escalada da Nvidia ao top-10 global em valor de mercado teve apenas 17% de participação passiva em seu free float. Isso mostra que o principal motor da valorização foram fundos ativos, hedge funds e investidores pessoa física.

2.3 Volatilidade: um argumento contra a bolha

O desvio-padrão de 12 meses das ações mais “ETF-izadas” é praticamente igual ao das menos expostas a ETFs — desmontando o argumento de que esses fundos tiram a capacidade do mercado de amortecer choques.

3. Por que o investidor ativo ainda dita os preços

Mesmo com o crescimento dos ETFs, a negociação diária continua nas mãos de gestores e traders ativos. Eles são os responsáveis por arbitrar valor, reagir a notícias e ajustar preços.

Ou seja, o “preço justo” continua sendo definido por análise de fundamentos — e não por fluxos automáticos.

4. O que isso muda para quem opera câmbio ou investe em moedas fortes

4.1 ETFs como ponte para diversificação global

  • Baixo custo de entrada: Com poucos dólares, você acessa cestas globais de ações.
  • Exposição cambial sob controle: ETFs cotados em USD, EUR e GBP permitem escolher entre proteção (hedge) ou exposição à moeda.

4.2 Custos e câmbio: como otimizar sua conversão

ETFs têm taxas médias abaixo de 0,20% a.a. nos EUA, mas o ganho pode ser erodido por spreads cambiais altos. Solução: operar via Corretora Acoriana, que oferece:

  • Câmbio comercial
  • Liquidação T+0 em até 12 moedas.
  • Envio direto para corretoras internacionais sem tarifa extra.

4.3 Hedge ou exposição: qual sua estratégia?

  • Quer proteger seu poder de compra em reais? Use ETFs com hedge cambial (versões “H”).
  • Prefere capturar ganhos com o dólar? Invista em ETFs sem hedge ou opere no mercado spot de moedas.

5. O mercado brasileiro ainda está longe de uma bolha passiva

Na B3, existem cerca de 70 ETFs de ações e 8 de renda fixa em 2024 — ainda um mercado pequeno, com R$ 10,7 bilhões em patrimônio.

  • Crescimento de 42,9% no ano, segundo a ANBIMA.
  • Maioria dos ativos ainda dominada por investidores institucionais e tesourarias.

A estrutura atual não favorece a formação de uma bolha no estilo americano — mas o debate pode (e vai) surgir. Prepare-se.

Dica: Sempre avalie o índice subjacente, compare o tracking error e analise a liquidez antes de investir.

6. Conclusão: como usar ETFs sem cair no mito da bolha passiva

  • A suposta “bolha passiva” não se confirma nos dados.
  • ETFs são ferramentas poderosas para diversificação geográfica e cambial.
  • O risco de preços distorcidos por ETFs é, até agora, mais mito do que realidade.

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